segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Bienal do Livro de Minas 2014

Gosto da Bienal. Acho que fui em quase todas desde que me entendo por gente. O que meu pai reclamava, o excesso de livros infantis, era minha maior felicidade. Inclusive quando já era grandinha e usava meu irmão mais novo como desculpa para ler livrinhos novos. 

Claro que, com o tempo, fui sentindo falta de promoções para uma literatura, vamos dizer, mais madura. E, à medida que ia, ficava frustrada por não poder comprar tantos livros assim. Ainda mais porque via as gigantes de Rio e São Paulo e pensava no porquê das editoras monopolizarem os estandes em apenas esses dois centros, como a maioria dos produtos culturais do Brasil.

Seja pelo dinheiro a mais no bolso (economizado durante um tempinho especialmente para a ocasião) ou por realmente achar mais promoções, nesse ano a Bienal foi a melhor que me lembro em muito tempo. Logo no primeiro dia, a programação de convidados estava incrível. Por ironia do destino, estava viajando com meu irmão...em São Paulo.

Como trabalho durante a semana, fui ao evento apenas em seu último dia. Cheguei cedo com meu noivo, então pudemos aproveitar muito antes de ficar aquela loucura de milhares de pessoas lotando o lugar.

De escritores/quadrinistas, fui com o objetivo de conhecer três: Bianca Pinheiro, autora de Bear; Fernanda Nia, autora de Como Eu Realmente; e Augusto Alvarenga, autor de Um amor, Um Café e Nova York

Assim que chegamos o Gi (meu noivo, Giovanni) estava tentando tirar uma foto dos ingressos para postar no Instagram amarrando os ingressos, daí tomei das mãos dele, meio sem querer, pela pressa de entrar.
A foto "do Instagram" acabou saindo assim, pelo delay da câmera e minha pressa.
Começamos nosso passeio pelo estande da Leitura. Comprei o livro do Augusto, olhamos os outros livros, e de lá saímos. Daí passamos em frente ao estande da Liga dos Autores Mineiros, que eu tentei memorizar para voltar mais tarde, na sessão de autógrafos do Guto. Vi livrinhos de criança muito baratos, como sempre, e, mesmo com olhos brilhando, não quis comprar nenhum. 

Não me lembro bem da hora, mas sentamos para almoçar...ou melhor, para o Gi almoçar, eu não estava com fome ainda. E tinha acabado de comer um churros (primeiro desde que voltei ao Brasil, depois de um ano e meio morando fora), pedi só um suco de goiaba. 

Procuramos pelo estande da Autêntica, porque eu queria comprar os livros das meninas. Lá comprei os dois, além de Apaixonada por Palavras e Apaixonada por Histórias, da Paula Pimenta.

Na Comix, era impossível selecionar o que era mais legal. Além dos quadrinhos fantásticos, lá podíamos encontrar muitos livros bacanas. Segui a tradição que criei na última bienal e comprei um livro do Tolkien, A Queda de Artur. 

Praticamente ao lado do estande da Comix ficava a Bienal em Quadrinhos, local onde aconteceria um bate-papo sobre personagens femininas em quadrinhos, e do qual Bianca e Nia participariam. O Gi estava perdido na Comix, dai fui ver o balcão de quadrinhos independentes, onde comprei Ryotiras 4, do Ricardo Tokumoto (descobri que o nome do Ryot era Ricardo, lá mesmo). 

Eu e minha mão super estranha
As meninas estavam lá, daí aproveitei para pegar um autógrafo dos livros. Peguei um com o Ricardo também. Eu até queria falar muitas coisas com elas e ele, mas sou eu, e não seria eu se perdesse as palavras ao encontrar alguém que admiro.




Gi chegou e nos sentamos para assistir ao bate-papo, que foi muito legal. Ele foi mediado pela Lu Cafaggi, nome que eu já tinha ouvido falar, mas não me lembrava de onde. Daí lembrei que era do quadrinho Laços, da Turma da Mônica, que ela ilustrou em parceria com seu irmão, Vitor, autor de Valente, que eu já conhecia. O bate-papo foi legal até pra eu mesma rever uns conceitos que tinha sobre o assunto. Depois do bate-papo comprei a publicação independente de Bianca, Dora. O Gi pegou o autógrafo depois pra mim, parte pela minha vergonha em incomodar a Bianca mais de uma vez, parte porque ele queria conversar com ela mesmo.

Em algum momento eu falei:"Olha o Sansão", e o Gi se dispôs a comprar pra mim. Mas o coelhinho azul era brinde para quem assinasse as revistas da Turma. Eu até quase pensei no assunto. Eu me lembro que um dos melhores presentes de Natal que já ganhei foi uma assinatura delas, que meu pai me deu uma vez. A Bienal me traz lembranças muito boas, sempre. O Gi acabou se encantando pela assinatura de quadrinhos da Marvel e da DC, e ficou de voltar depois. Quando voltou, acabou assinando mesmo, a da DC.


Lá na Panini, comprei o livro Laços, depois achei Lu e Victor para assinarem, e foi um dos autógrafos mais fofos.


Rodamos a feira em busca da Liga dos Autores Mineiros. Eu, como previsto, tinha me esquecido do local. O Gi não tinha prestado atenção. Daí depois de muitas voltas, achamos. Ainda não eram 15h, horário previsto para o início da sessão do Augusto, e eu tinha nove livros comprados até então. Meu TOC me obrigava a completar dez. 

Como não se contagiar
com esse sorriso?
Em frente ao estande uma simpática jovem senhora me entregou dois marca páginas (já me conquistou só por aí) e me contou a sinopse dos dois livros que estavam ilustrados nele. Lá dentro, uma simpática moça autografava livros. Gostei do título de um, De Olhos Fechados, e da sinopse que a senhora falou, e comprei, completando minha lista de dez compras. Peguei o autógrafo com a simpática mocinha e ela pediu foto (assim como Nia já havia feito. Achei o máximo os autores pedirem fotos comigo, só uma pseudo-escritora leitora qualquer). Quem tirou a foto foi um também simpático jovem senhor. Enquanto esperava Augusto chegar vi que a mocinha, Lavínia Rocha, tinha apenas 17 anos, e me surpreendi pelos dois livros já publicados, o primeiro com apenas 13. Quem entregava os marca páginas era sua mãe e quem tirava as fotos era seu pai. Uma família de gente simpática.

Augusto chegou, simpatia em pessoa, e eu também não disse nada do que tinha pra dizer. Autografou (ele escreveu "Tani", no livro, daí eu corrigi em casa mesmo, para Dani) e me pediu foto também. Eu ainda quero entender qual é a do sorriso enigmático dele, sem mostrar os dentes. 

Sorriso-mistério do Augusto

Já tinha comprado tudo o que queria e visto tudo também, mas uma amiga minha estava indo para a Bienal com o namorado, daí resolvemos esperar. Nós nos sentamos perto da Biblioteca Infantil Rubem Alves, digno homenageado dessa edição da feira. Várias crianças passaram por nós, e eu aproveitei, não só para descansar os pés, mas também para observá-las. 

Uma garotinha resolveu se assentar num corredor para ler um livro. Ela tinha menos de três anos e havia pessoas transitando loucamente em ambos os sentidos. 

Um menininho quis ajudar o pai a carregar a sacola com o que, provavelmente, eram livros infantis em abundância. Ele não tinha cinco anos e caiu em cima da sacola ao tentar levantá-la.

Várias criancinhas ouviam uma contadora de histórias. Descanso para os pés e para a alma, aquele período foi.

Quando minha amiga chegou fomos rodar a feira de novo. Ela quis ir à Leitura e nós a acompanhamos. O estande tinha sido visitado por um furacão, livros em todos os lugares possíveis e impossíveis. Eu me arrepiei - literalmente - com a bagunça. Comentei isso com o pessoal e a funcionária da loja suspirou que eles estavam tentando organizar o dia todo, todos os dias, mas a galera não respeitava muito. Como numa Bienal dos livros as pessoas conseguiam ter tão pouco cuidado com os livros?

Mas nada me surpreendeu mais do que quando, mais cedo, uma dupla de amigas passou por nós e disse: "Ainda bem que não gosto de ler!". Essa frase em si é uma coisa que não consigo processar normalmente muito bem. Mas a pessoa estava na Bienal do LIVRO, fiquei pensando quais as razões que a levaram até ali.

Minha amiga comprou alguns outros livros, conversou com Bianca e Nia (ela também é quadrinista e foi pegar dicas) e de lá fomos todos embora.

Hoje, três semanas depois que o evento acabou, relato aqui minha experiência. É que acabei de ler os dez livros e quero começar a publicar as resenhas.




Dani

6 comentários:

  1. SENHOR, sua mão não ficou estranha, hahahahahahah! Foi um prazer te conhecer, querida! Obrigada pelo carinho! Beijos!

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    1. hahahaha, já falei que você é um amor, né? Prazer foi todo meu de te conhecer =)

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  2. foi um prazer conhecê-la, Dani! e concordo com a Nia, sua mão não ficou estranha! você é uma querida! <3 super-abraço! *O*

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    1. Foi um prazer te conhecer, apesar da minha mão estranha, hahaha. Quando publicar resenha de Bear e Dora te falo =)

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  3. Dani! Adorei ler sua aventura pela Bienal! hahaha Muuito obrigada pelos elogios (inclusive vou mostrar pros meus pais que a divulgação valeu! haha). Espero que goste da história! Beijo enoorme! <3

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    1. Lavínia, amei ter te conhecido e amei seu livro! Quando publicar a resenha te marco lá no Facebook. Bjim =)

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